sábado, 8 de outubro de 2011

Instruções bíblicas sobre a oração III

A invocação

“Pai nosso que estás nos céus”

Jesus disse: “Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus”, Ele começa mostrando a quem deve ser dirigida as nossas orações. É assim que devemos começar, sempre com uma invocação, antes de apresentar qualquer pedido.

A primeira expressão, “Pai nosso”, é significativa em seu sentido. Será que qualquer pessoa pode se dirigir a Deus como Pai? Pela Bíblia, somente os que recebem a Jesus pela fé, é que Ele dá o direito de se tornar filho de Deus (João 1:12; Romanos 8:14-16; II Coríntios 6:18; Gálatas 3:26; Efésios 1:5 e I João 3:1,2,10) e somente estes podem dizer, Pai nosso. Somente os que estão em Jesus são verdadeiramente filhos de Deus. Foi Ele mesmo quem tornou isto possível (Colossenses1:17-23). Portanto, quando Jesus disse: Pai nosso, estava pensando naqueles que são seus discípulos. Qualquer um pode falar, mas será que realmente crê nisto? Realmente conhece Deus como Pai? E assim, quando se aproxima de Deus, tem este senso de que está se aproximando de seu Pai celeste? Somente um filho verdadeiro pode ter confiança ao falar com seu Pai.

Esta expressão nos mostra que Deus é uma pessoa. O termo aramaico que Jesus usou é “Abba”, que é um termo íntimo, acolhedor, familiar e mostra que Deus é um pai amoroso, terno, cuidadoso. O próprio Jesus, sempre que se referiu a Deus, o chamava de “Pai”.

Este Pai que ama, corrige e ensina, que reverte as situações desagradáveis em benefícios para nossas vidas (Romanos 8:28), que não só nos livra dos problemas, mas como também traz vitória e paz em meio aos problemas visando o nosso crescimento. Certamente, só apreciaremos os atributos do nosso Pai celeste, quando descansarmos na segurança de que, Ele é perfeito em sua bondade e tem o melhor para nós - você crê nisto? (veja Mateus 7:7-11). Mas, lembre-se, o diabo tentou trazer dúvida a Jesus sobre ser Ele o Filho de Deus (Mateus 4:3) e certamente não escaparemos nós destas acusações.

Em seguida vem a expressão complementar “que estás nos céus”. Enquanto a primeira parte da frase, indica proximidade e intimidade, esta, enfatiza quão acima do homem Deus está.

Nos faz lembrar que Ele é Onipotente (tem todo poder para agir, pois é o criador e governador de tudo, isto nos anima e dá confiança ao lembrar que seu poder é capaz de realizar); é Onipresente (pode estar nos céus e aqui bem pertinho a ponto de me ouvir. Não haverá lugar onde Ele não esteja, por isto posso ter acesso a Ele em qualquer lugar); é Eterno (Ele estará lá todo tempo, tenho acesso a Ele em qualquer ocasião); é Onisciente (nada está oculto aos seus olhos, Ele sabe tudo, não precisarei nem conseguirei esconder nada dEle, nem poderei enganá-Lo, e mais, se não sei bem como pedir, Ele sabe do que necessito e vê minha confiança e humildade e isto aumentará minha confiança na eficácia da oração); é Soberano (reina nos céus, na terra e na minha vida); é Ilimitado, Infinito, Santo.

Desta forma, quando em nossas fraquezas e angústia, nos prostramos diante dEle e O invocamos, de cara, somos confortados pela lembrança de Seus atributos, de nosso relacionamento e assim já assumimos uma postura correta - de fé e reverência.

A invocação, então, nos leva a uma tomada de consciência, porque sei a quem estou me dirigindo, na presença de quem estou, quem Ele é, o que é capaz de fazer, qual meu relacionamento com Ele. E por si, é capaz de revolucionar nossa vida de oração por trazer consigo uma equilibrada, confiante e reverente postura diante de nosso Deus e Pai. Desta forma, nos tornamos aptos a prosseguir em adoração:

A adoração “Santificado seja teu nome”

Temos sido prudentes em começar respondendo questões importantes que ajudam a esclarecer melhor o sentido das palavras de Jesus nesta oração. Então:

1) O que é adoração?

________________________________________

2) Todas as pessoas são adoradoras? (leia João 4:19-24) _________________________

3) A quem devemos prestar adoração? (leia Mateus 4:8-10) _______________________

Consciente de que estou na presença de Deus, meu Pai, esse deve ser meu primeiro desejo: “Santificado seja teu nome”. Mas, o que significam estas palavras? Santificado significa, reverenciado, considerado santo, honrado, glorificado. O que representa as palavras “teu nome”? Bem, esta era a maneira como o judeu daquela época comumente aludia ao próprio Deus, pois além do mandamento de não tomar o nome de Deus em vão, eles tinham um senso da grandeza, majestade e santidade de Deus tão desenvolvido, que se tornou costumeiro entre eles jamais pronunciar o nome divino “Yahweh”, porquanto sentiam que o próprio nome e até as letras formadoras desse nome, eram tão sagradas e santas e eles mesmos tão pequenos e indignos, que não ousavam mencioná-lo, e referiam-se à Deus com as palavras “teu nome”, a fim de evitar o emprego do vocábulo “Yahweh” propriamente dito. Desta forma, a expressão indica o próprio Deus, Sua pessoa, caráter e atributos. Então, aprendemos que o propósito dessa petição é exprimir esse desejo de que Deus e tudo quanto Seu nome representa, seja reverenciado, honrado e glorificado.

Mas, você já parou para pensar em como é possível o nome de Deus ser honrado e reverenciado entre os homens? Certamente através das nossas vidas. Como filhos dEle, nós servimos de espelho da Sua grandeza e glória (Salmo 22:22 e João 17:6, 26).

Podemos verificar que Deus se revelou aos filhos de Israel usando diversos nomes que destacamos aqui para ampliar nossa visão da presente fala de Jesus. O nome El ou Elohim - fala de Seu poder, Sua força, Seu domínio; Elyon - sublime, exaltado; Adonai - Senhor Onipotente, soberano, a quem tudo está sujeito; Shaddai - possuidor de todo o poder no céu e na terra, que a tudo subjuga, controlador e governador dos seres humanos e da natureza; Emanuel - Deus conosco; Yahweh - Eu Sou o que Sou, isto é, imutável e auto-existente e com freqüência, certos termos qualificativos eram adicionados ao nome Yahweh, como: Sabaoth - O Senhor dos exércitos; Jiré - O Senhor proverá; Rapha - O Senhor que cura; Nissi - O Senhor é minha bandeira; Shalom - O Senhor é nossa paz; Ra’ah - O Senhor é meu pastor; Tsidkenu - O Senhor é nossa justiça; Shammah - O Senhor está presente.

Ao se apresentar com esses diversos nomes, Deus estava revelando facetas da Sua pessoa, do Seu ser e também de Seu caráter e atributos, para conhecimento da humanidade. Em certo sentido, pois, as palavras “teu nome”, envolvem tudo isso. O Senhor nos ensina aqui a orar para que a humanidade inteira venha a conhecer Deus desta maneira. Que o mundo venha honrar a Deus deste modo. Isso reflete um desejo profundo e ardente do filho em prol da honra e da glória do seu Pai.

Este é realmente seu grande desejo? Você está sendo sincero ao orar? Você pode dizer como o salmista no Salmo 34:3, que demonstrou estar realmente interessado em que a grandeza de Deus transpareça cada vez mais intensamente entre os homens? Você está disposto a viver de modo que essa honra, esse nome seja assim engrandecido?

A primeira petição não alude às necessidades físicas do homem, mas à principal necessidade que é reconhecer Deus e O honrar e O adorar. Ela é feita com o profundo desejo de que o caráter santo de Deus seja respeitado e reconhecido entre os homens e a consciência de que isto se dará através das nossas vidas. A segunda petição é uma seqüência lógica da primeira:

“Venha a nós o teu reino”

Você pode observar que há uma ordem lógica nessas petições, uma segue após a outra. Começamos pedindo que o nome de Deus seja santificado entre os homens, mas no momento em que começamos a orar, nos lembramos do fato de que o nome do Senhor não é assim reverenciado e imediatamente, levanta-se a pergunta: Por qual razão não se prostram todos os homens diante do nome sagrado de Deus? Porque nem todos O adoram nem honram a sua pessoa? ____________________________________ Nosso desejo como filhos de Deus que somos é de que, o nome de Deus seja exaltado, Porém notamos que há um reino do mal que faz oposição a Deus e à Sua glória e honra.

O Senhor então ensinou seus discípulos para que orassem a fim de que o reino de Deus se manifestasse de modo crescente, e mais do que nunca esta oração é apropriada para nós hoje e será até que o reino de Deus seja consumado.

É bom lembrar que, já naqueles dias, a vinda do reino era uma questão que ocupava o primeiro plano no pensamento de muitos. Havia uma iminente pregação sobre ele (Mateus 3:2 e 4:17). Mas afinal, o que é o reino de Deus? O que significa? O reino de Deus significa o reinado de Deus, Seu governo, Suas leis.

Há três tempos no reino de Deus, isto é, Ele pode ser considerado de três maneiras diferentes. O tempo passado - em certo sentido o reino de Deus já veio, é o reino histórico, veio quando Jesus desceu a este mundo (Lucas 11:20). Jesus introduziu o reino de Deus no mundo, introduziu no coração das pessoas; o tempo presente, o reino de Deus já está aqui, neste momento, nos corações e vidas de todos os que se submetem a Cristo, de todos quanto nEle confiam, Ele está nos coração das pessoas. O terceiro tempo é o tempo futuro, que culminará com a segunda vinda do Rei Jesus, será um reinado físico, visível e pessoal, quando Ele estabelecerá seu reino sobre a face da terra. Então, quando oramos pela vinda do reino, estamos essencialmente orando por duas coisas: oramos pelo domínio de Deus nos corações das pessoas e pela volta de Cristo. E isso revela três coisas: que estamos prontos e ansiosos pela vinda de nosso Rei e desejosos que outros conheçam este Rei e entreguem o controle de suas vidas a Ele.

Este é realmente o desejo de seu coração? Deus é seu rei? Ele governa você? Seu coração é dEle? Ele reina em sua vida? Você deseja que outros O conheçam e se submetam a Ele? O que você tem feito para que isto ocorra, o que tem feito para expandir o reino do seu Pai? Você está ansioso pela vinda dEle? Quando Ele vier, lhe trará castigo, repreensão e condenação ou elogios, galardão e salvação (Mateus 25:31-46 e II Pedro 3:9)? Você depende de Deus para viver? O reino de Deus é uma realidade viva em seu coração? Você quer que o nome de Deus seja honrado, então precisa orar com sinceridade, e com a consciência de que isso só acontecerá nos corações que Ele reina e, para isto, Seu reino precisa se expandir (João 18:36).

Esta é uma oração intercessória pelo sucesso do Evangelho, é uma oração pela conversão de homens e mulheres, é uma oração missionária, oração que demonstra que eu estou sob o domínio de Deus e quero fazer tudo para que este reino se expanda.

Haverá um dia em que todo pecado e toda maldade serão destruídos bem como tudo que faz oposição a Deus. Ele será o supremo Rei deste mundo (I Coríntios 15:20-28). Portanto, Jesus está ressaltando aqui, que, antes de começarmos a pensar em nossas necessidades e desejos, devemos ter este ardente anelo pela vinda de seu reino, a fim de que o nome de Deus seja glorificado e honrado acima de tudo. Que possamos dizer juntamente com João em Apocalipse 22:20 - “Amém, ora vem Senhor Jesus”.

“Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus” 1. Quem faz a vontade de Deus nos céus? _____ Como é feita esta vontade? __________

2. O que é preciso para fazer a vontade de Deus? _______________________________

3. É possível saber ou conhecer qual a vontade de Deus? ____ Como? ______________

4. E Qual é a vontade de Deus, você sabe? _____________________________________

Esta terceira petição é uma conseqüência lógica da segunda, a qual, por sua vez, é uma conseqüência lógica da primeira. O resultado da vinda do reino de Deus entre os homens será a um perfeito cumprimento da vontade do Senhor entre eles. No céu, sempre se cumpre de modo perfeito a vontade de Deus. O supremo desejo de todos no céu é fazer a vontade de Deus, e, assim louvá-Lo e adorá-Lo. Esse também deveria ser o desejo de todo cristão autêntico.

Novamente, pois, afirmamos quando fazemos esta petição, que estamos aguardando a vinda do reino de Deus, porque ela jamais será cumprida e atendida enquanto o reino de Deus não for verdadeiramente estabelecido na terra, entre os homens, quando, então, a vontade de Deus será feita no céus e na terra (II Pedro 3:13). Os céus e a terra serão unificados, o mundo será transformado, o mal será extinto da face da terra, por meio do fogo, e a glória de Deus resplandecerá sobre tudo.

A Bíblia diz que a vontade de Deus é “boa, aceitável e perfeita” (Romanos 12:2), pois Ele é infinito em conhecimento, amor e poder. Quem conhece o que é melhor para você do que o próprio Deus? Existe algo então mais seguro, prazeroso e sublime do que conformar a nossa vontade à vontade dEle? Agora eu te pergunto, a sua vida tem sido dirigida por Deus? A vontade dEle tem se cumprido sempre em sua vida? Saiba: resistir a essa vontade é loucura, discerni-la e desejá-la é sempre sábio. É este mesmo o seu desejo, que as leis de Deus sejam obedecidas tão perfeita, pronta e incessantemente como o são pelos anjos no céu? Você conhece a vontade de Deus? Obedece e se submete a ela? É seu desejo expandir este conhecimento, esta obediência, esta submissão aos que agora não o conhecem nem o obedecem?

Vivemos constantemente sob pressão, para nos conformar ao egocentrismo da cultura secular. Quando isso acontece, ficamos preocupados com nosso pequeno nome, gostamos de vê-lo gravado em relevo sobre nossos papéis-de-carta, convites de formatura, cartões de visita, em jornais etc. Nos preocupa nosso pequeno império (seja chefiando, influenciando, manipulando), e também a nossa própria vontade (sempre desejando as coisas a nosso modo e se aborrecendo quando contrariada). Todavia, aprendemos aqui que nosso desejo máximo, não está no nosso nome, no nosso reino ou em nossa vontade, mas, em Deus

. Por isso, nesta oração, somos instruídos acerca de como devemos começar a orar. Qual deve ser nosso mais íntimo e profundo desejo, que deveria ser o desejo profundo pela honra e pela glória de Deus. Esse desejo deve ser mesmo até maior que nosso desejo pela salvação de almas e pela expansão do reino (João 17:23). Mesmo antes de começarmos a orar pela conversão das almas e pela expansão do reino, deveria haver esse desejo avassalador pela manifestação da glória divina, esse desejo que todos os seres humanos se humilhem diante da Presença de Deus.

Quão admirável é esta oração, não é mesmo? O Senhor nos ensina a orar e o faz tão claramente, que agora tudo que precisamos é por em prática os princípios aqui aprendidos. Adore a Deus, honre-O, leve outros a fazer o mesmo. Deseje a Deus, Sua presença e uma íntima comunhão com Ele. Leve outros a fazer o mesmo. Obedeça a Deus e leve outros a fazer o mesmo. Viva de tal forma que as pessoas vejam em sua vida que você honra, deseja e obedece a Deus e queiram fazer o mesmo. Oração, não é apenas o repetir de meras palavras, envolve ação. Você pode dizer amém?

A vontade de Deus

Importância

Fazemos aqui uma leve digressão, para considerar de forma mais detalhada, o que a Bíblia ensina sobre a vontade de Deus. Este, sem dúvida, é um tema de suma importância. A prova está no fato de que somos ensinados a orar pedindo que a vontade de Deus seja feita na terra (Mateus 6:10), como é feita pelos anjos nos céus (Salmo 103:19-22), dela depende a eficácia da oração (1 João 5:14-15), e mais importante ainda, depende a entrada no Reino de Deus (Mateus 7:21-23).

Refletindo

1. É possível conhecer a vontade de Deus? ______________________________________

2. Você conhece a vontade de Deus? ______________________________________

3. É bastante conhecer a vontade de Deus? ______________________________________

4. Deus pediria algo de você que seja impossível de se realizar? ___________________

5. Existe então alguma razão para não obedecer à vontade de Deus? ________________

6. É possível ser filho de Deus e não fazer a vontade dele? _______________________

7. É possível amar a Deus e não o obedecer? ___________________________________

Possível e preciso

Para submeter-se à vontade de Deus, é preciso primeiramente conhecer. E podemos afirmar: é possível conhecer e fazer a vontade de Deus. Nós precisamos querer (Salmo 143:10), entender (Efésios 5:17), conhecê-la bem (Colossenses 1:9), para ensinar a outros (Mateus 28:19-20). Ter disposição para submeter-se a ela, com firmeza (Colossenses 4:12) e com prazer (Salmo 40:7), conscientes de que Deus nos permite conhecer a Sua vontade, e nos capacita para a cumprir (Filipenses 2:13; Hebreus 13:20-21).

Características

A Vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2), somente por meio dela é possível nascer espiritualmente (Tiago 1:18; João 1:12-13), participar da família divina (Mateus 12:48-50), e isto é absolutamente necessário, pois ela será sempre contrária às paixões humanas (I Pedro 4:2-3; Romanos 8:7-8) e isso exige perseverança e essencialmente, fé (Hebreus 11:6). É importante lembrar que ela trás recompensas (Hebreus 10:36; 1 João 2:17) e castigo (Lucas 12:47-48).

Exemplo

Citamos agora exemplos de pessoas que se submeteram à vontade de Deus. O rei Davi (conforme: I Samuel 13:14; Atos 13:22,36); o apóstolo Paulo (I Coríntios 1:1; Gálatas 1:10), e, de forma, a mais plena e perfeita, nosso Senhor Jesus Cristo (Mateus 26:42; João 4:34; 5:30; 6:38-40 e Hebreus 10:7-10). Analisando a vida deles, você pode deduzir, de forma prática, o que é viver submisso à vontade de Deus.

Deus quer

Mas podemos e devemos conhecer de modo direto e claro o que Deus quer, se realmente é nosso desejo fazer a Sua vontade (Efésios 5:10). Ele quer salvar e dar a vida eterna (João 6:40; Gálatas 1:4), portanto quer que creiamos em Jesus (João 6:29-30), quer um coração sincero para com Ele (Salmo 51:6), quer uma vida completamente dedicada a Ele (I Tessalonicenses 4:1-8), quer sinceridade nos relacionamentos (Efésios 6:1-9; Colossenses 3:18-23), honestidade (Provérbios 11:1), quer que façamos o bem (Salmo 5:4-5), mesmo padecendo por isto (I Pedro 2:15,19-21; 3:17; 4:19), quer que sejamos gratos a Ele em tudo (I Tessalonicenses 5:18), e fora de qualquer dúvida, quer que obedeçamos aos seus mandamentos.

Deus não quer

Ele também nos deixa saber o que não quer. E o que Deus não quer? Não quer condenar (Mateus 18:14), não quer que os homens se percam morrendo nos seus pecados sem arrepender-se (II Pedro 3:9; Ezequiel 18:23,32 e 33:11), não quer nossos sacrifícios e sim nossa obediência (1 Samuel 15:22; Provérbios 21:3; Miquéias 6:6-8; Marcos 5:33), não quer uma religião irracional, cheia de ritos e tradições inúteis e mortas, mas uma religião transformadora, viva, atuante, cheia de compaixão e que nos torna úteis a nossos semelhantes (Oséias 6:6; Mateus 9:13; 12:7; Tiago 1:26,27).

Diante do que foi exposto, sempre surgem algumas perguntas importantes:

1. Existe uma vontade específica de Deus para a minha vida? ______________________

2. Ela envolve todo e qualquer detalhe de minha vida? __________________________

3. Como posso descobrir essa vontade de Deus particular para minha vida? __________

4. É possível resistir essa vontade? ___ Quais as conseqüências? __________________

A vontade de Deus se expressa de algumas maneiras diferentes, e é importante compreender, se não quisermos ficar confusos. Em primeiro lugar, há a vontade decretiva de Deus (Isaías 46:9-10), é uma vontade soberana (Daniel 4:35; Romanos 9:19; Efésios 1:5, 9, 11). Tudo aquilo que Deus planejou será realizado (Jó 42:2), nada pode impedir que Ele execute a Sua vontade, não há pessoa ou força que possa ditar o que fazer, ele não tem limitação (Salmo 115:3; Provérbios 21:1). Essa vontade é livre, no sentido de ser independente de todas as suas criaturas, porém não é arbitrária, é compatível com seu caráter e atributos, exercida por Seu poder e Sua sabedoria. A vontade soberana de Deus é a razão definitiva ou absoluta para qualquer coisa que acontece, e vai acontecer. Tudo foi criado pela vontade de Deus (Apocalipse 4:11). Os acontecimentos de nossas vidas estão sujeitos à vontade de Deus (Tiago 4:13-15).

Há em segundo, a vontade prescritiva de Deus, onde Ele ordena, mas não compele as suas criaturas, essa vontade pode ser resistida, rejeitada ou aceita. A vontade prescritiva e revelada de Deus abarca seus mandamentos (Deuteronômio 29:29), essa vontade revelada de Deus é a vontade declarada a respeito do que devemos fazer, do que Ele quer que façamos. Então, faça-se a Tua vontade, significa, que as pessoas obedeçam às leis divinas, que sigam os princípios divinos (Mateus 12:50 e 18:14).

Em terceiro lugar, existe a vontade secreta de Deus, isto é, não revelada (Tiago 4:15), em muitos de nossos atos, sabemos que é segundo a ordem divina que fazemos essa ou aquela atividade que planejamos. Confiar nesta vontade secreta de Deus afasta o orgulho e revela humilde dependência do controle soberano de Deus sobre os acontecimentos de nossas vidas. Aqui podemos incluir aquilo que alguns chamam a vontade permissiva de Deus.

Exemplo (em Gênesis 50:20 - a vontade revelada de Deus é: que os irmãos de José o amassem, não roubassem, nem tentassem assassiná-lo, não o odiassem, nem mentissem, mas a vontade secreta de Deus era que, pela desobediência dos irmãos de José, um bem maior se realizasse). Leia também (I Coríntios 4:19; Atos 21:14; Romanos 1:10; 15:32; Efésios 1:11; I Pedro 3:17; 4:19) e veja também (Mateus 11:25-26; Romanos 9:18; Atos 4:28).

Há alguma coisa que Deus não possa fazer? Sim. Tudo que vai contra seus atributos e caráter. Por exemplo: Ele não pode mentir (Tito 1:2; Hebreus 6:18), não pode negar-Se (II Timóteo 2:13), nem pecar (Tiago 1:13), não pode ser tentado, nem deixar de existir, deixar de cumprir o que prometeu.

Como seres criados à semelhança de Deus, somos livres, e podemos exercer nossa vontade. Devemos usar essa nossa vontade e liberdade para tomar decisões agradáveis a Deus, refletindo, assim, o caráter de Deus em nossas vidas e dando-Lhe glória. Se não temos poder infinitos nem liberdade infinita, estamos nas mãos daquele que tudo pode, pois Ele é soberano.

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